quinta-feira, 1 de janeiro de 2009


Lembranças

Foram muitos momentos felizes
Tua infância foi regada de carinho e amor
Nunca teve momento de solidão
Foi uma menina rodeada de emoção

De menina francesinha
Assim era o teu apelido
À mulher burguesa

Hoje se sente só e triste
Embora parecesse ainda uma tigresa
Mais um predicado da língua portuguesa

E assim tu vais disputando
As atenções entre os sóis
E do A ao Z


E também és comparada
Com figuras de linguagem
Entrelaçando-se à matemática e até aos provérbios bíblicos

Duas retas não se cruzam
Água e azeite não se misturam
E levam a crer que a tua paixão é exponencial

O teu amor é um sujeito abstrato
Mas também possessivo
E gosta de sair pela tangente

Existem tantos obstáculos
Seria bom mesmo e você menina
Continuar como dantes, não mude

Foi e sempre será o sol
Se o homem não pode viver
Só de pão, então que ele busque um pomar
Mas não deixe escapar o teu amor.

Então: voltamos ao antigamente
Gostavas quando eras francesinhas
E coisa e tal

Querem-te absoluta,
Como o sol e as estrelas no firmamento
E, hoje, já me parece meio que distante

Muito além do horizonte
O que parecia ser concreto e real
É mais um sujeito abstrato, possessivo
Como tantos outros sem sentimentos

Sol pereira

01/01/2009

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