terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Como um conselho de Rainer Maria Rilke

Serei paciente com as coisas do amor
Não correrei mais atrás de uma certa pessoa
Tentarei amar a quem me ama,
Ou está disposta a me aceitar
Do jeito que sou com os meus defeitos e qualidades
Não procurarei mais respostas nas coisas impossíveis
Sei que não gostaria e nem saberia conviver com as respostas
Viverei daquilo que eu sei, sem colocar expectativas
Nas respostas futuras, pois quem sabe algum dia bem distante,
Eu tenha as respostas das quais sempre esperei e as dispensarei
Aprendi a conviver sem elas e agora não me interessam mais

Sol pereira

24/02/2009

Súplicas




Já que não vê vida em mim
Quero o meu o fim
A tristeza tomou conta do meu ser
Tirou-me a vontade de viver

Tranco-me em mim sem canais
E fico somente com os meus ais
Encontro somente a solidão
De mãos dadas com o coração

Confabulando com a dor
Por onde foi parar a vida
Hoje, saturada e esquecida
Meu peito clama por amor

Minha pele pede a tua mão
Minha boca o teu beijo com paixão
O meu corpo quer o calor
Os meus braços, teus abraços

Minha rosa sem o perfume
Chora junto ao jasmim
Pétalas se transformando em estrume
E espinhos tomando conta do jardim

Não me queira apenas por musa
O coração não resiste e nem vive
Só de temas, poemas e versos
Ele quer muito mais, ele quer vida

Devolva-me a mim, quero os são meus
Tire-me da solidão
Quero a vida com emoção
Se não tem amor, adeus

Sol pereira

24/02/2009

Divagações


Sempre costumo sair pela noite
Vago a procura da minha alma gêmea
E nessas caminhadas te encontrei
Tamanho exato e encaixe perfeito
Côncavo e convexo
Espelho e reflexo
Alma e essência
Imagem de mim
Lábios e bocas
Gostos e sabores
Olhos e luz
Que reluz nos teus
Céu e estrelas, luar no firmamento
Percebi que temos os mesmos dons
Gostos e vocabulários, sem dizer as mesmas leituras
Sofremos do mesmo mal do século, a solidão
E extravasamos com a beleza da poesia
Nela falamos o que teríamos vontade de fazer,
Mas sem muita coragem, pois hoje, o mundo anda
Muito meio que fora do nosso alcance, um tanto
Consumismo pela beleza exterior e esta nos fazem
Muito mal, pois não sabemos ao certo como somos
Um para o outro, sei da tua cultura, sabes da minha
Mas aí dizer que conhecemos totalmente os nossos íntimos
E isso é alheio a tudo, só nos conhecemos através
Da palavra e esta só sai bonita quando escrita no papel
E o mais são minhas divagações

Sol pereira

24/02/2009