quinta-feira, 2 de abril de 2009

A poesia não me quer




Hoje, a poesia não me quer
Estou travada
Tento puxar palavras
Tento fazer um verso
Não consigo rimas
Só sai palavras desconexas
Sem nexo
Fora do tom
Sem nenhum estilo
Lembro de uma estrofe

"Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De meu amor"

Muito démodé
Busco na memória
Então, vou falar do beijo
Tema em moda
Que tal falar
Do último beijo
Aquele que marcou
A nossa história
Mas não consigo
Já faz muito tempo
Que me deu aquele beijo
Naquele dia você me espreitou
Nas escadas
Olhou-me nos olhos
Pegou-me pela mão
E beijo-me a boca
Como se fosse o teu último beijo
Como de fato foi
Mas não consigo lembrar
Hoje, estou travada
Acho que a poesia não me quer
Melhor assim
Sofro menos
Sou humana demais
Para aceitar as pancadas da vida
Sou humana demais por ter querer
Ah! Como não queria ser humana
E não amar quem não me merece
Hoje, só quero chorar sozinha
Não quero a poesia como companhia

Sol pereira

03/04/2009

Minha boca


Minha boca é INESQUECÍVEL

Uma vez beijada

Torrna-se uma marca indelével

Nos lábios da pessoa amada


sol pereira