domingo, 6 de janeiro de 2008

Minha Vida


Preciso cuidar da minha vida
Do meu corpo, da minha integridade
Tenho que programar a minha vinda
Para a realidade, chega de poema e saudade

O corpo e a mente precisam de distração
Temos e precisamos dar algum sentido
E viver intensamente com muita emoção
Esquecer até do tal amor prometido.

Vou dançar, cantar, conversar
Viver a minha vida de montão
Mas sempre na contramão

Vou sair, andar por aí e viajar
Dormir na rede e até no chão
E, quem sabe, perder de vez a noção?

Sol pereira

Rouxinol


O canto do Rouxinol amanheceu triste
Do seu cantar outrora alegre e encantador
Agora, a tristeza é o que nele mais existe
O Beija-flor hoje se transformou em um Condor.

Com vôo alto, o seu alimento não é mais a bela flor
Vive e se alimenta dos restos deixados pela dor
Do amor que ele transformou em rancor
De belo e meigo pássaro, hoje tu és um Condor

Que vive como louco a voar pelo céu
Em busca de perdão pela dor que ocasionou
Eu, o Rouxinol, com meu canto triste, mas tiro o meu chapéu

Para a bela flor que, com todo dissabor, te amou
Mas magoada, hoje, ela prefere ser a comida do Bem-te-vi
E, eu, confesso amor igual a este nunca vi.

Sol pereira