UM PEQUENO CONTO
VERDADEIRO
Em 17/06/2008, fui a um encontro de almas que
se apaixonaram. Era ainda casada, mas separa de corpos, então achei que não
seria traição. Fui pela a insistência dele, por me abordar todos os dias pelo
telefone e por cartas.
Ele foi incansável durante meses. Escrevia
tantas coisas bonitas, sem nunca me agredir com palavras carregadas. Dizia que
o meu canto era de sereia. Era uma pessoa muito carinhosa e educada. Achava-me
linda, mesmo eu falando que não era exatamente como nas fotografias. Que eu era
outra pessoa depois de tantos anos e
mais velha do que ele. Dizia que nada importava, mas sim, o grande amor que ele
sentia por mim, mesmo não me conhecendo pessoalmente. Então, revolvi marcar e
pagar uma consulta com ele, dando o meu nome verdadeiro. Neste dia, estava
especialmente linda, trajava um vestido preto e muito lindo.
Ele não me reconheceu no momento em que veio
me pegar na recepção para levar-me ao consultório. Subiu na minha frente e como
nunca imaginaria quem eu era e, tão pouco na minha ousadia e criatividade. Não
ligou os fatos. Parou na porta para eu entrar e quando olhou nos meus olhos me
reconheceu das fotografias em preto e branco.
Pegou no meu rosto e
disse-me: Sol meu amor! O tempo parou naquele momento para os dois. Beijamos,
trocamos conversas, carícias, juras futuras de amor e planejávamos a nossa vida
futura. Riamos da minha astúcia sem nos importar com os outros pacientes na
espera.
Fui embora com a
promessa de irmos para um lugar mais reservado aos amantes, mas foi um ledo
engano. Naquele dia não consegui dormir direito, torcendo pela noite acabar,
para abrir as minhas mensagens. Tudo em silêncio e assim foi durante o restante
da semana. Quando a sexta-feira chegou, resolvi ligar para a residência dele, a
mãe me atendeu toda educada dizendo que ele tinha saído de casa para ir morar
com o irmão. Dando-me o telefone da outra residência. Liguei e tive a triste
notícia que o meu grande amor tinha tentando se matar e ficou sem comunicação
da vida aqui fora durante muito tempo.
Em 2009, perdi o meu marido, minha mãe e o meu
chão. Vivi até maio de 2013, sem ter que me preocupar com outro amor. Foi então
que me apareceu uma pessoa que faria a minha história mudar a minha página da
vida.
Mudou a minha cabeça, o meu corpo, o meu
coração e os meus sentimentos. Hoje, solitariamente tento não me envolver com
outra pessoa sabendo que me fará sofrer.
Porque é do meu destino viver na solidão
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